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Short Notes #22 – Qualquer semelhança não é mera coincidência

 

O ano era 1602, o navio Mayflower zarpava de Southampton – Inglaterra com destino à América. Depois de enfrentarem muitas dificuldades, dos 102 passageiros, somente 53 sobreviveram, desembarcando em Cabo Cod – Massachusetts. O frio intenso foi determinante para que, imediatamente ao desembarque, a prioridade fosse a construção de casas. Em terra, os habitantes locais, de uma nação conhecida como Wampanoag, eram amigáveis e muito colaborativos, dominavam técnicas construtivas, com conhecimentos das características das madeiras locais. Imediatamente ajudaram na construção das casas para os recém-chegados que viriam a fazer parte do que foi considerada como a primeira colônia inglesa em território norte-americano. A inspiração construtiva inicial baseava-se nas casas conhecidas como “wetu”, eram habitações projetadas para acomodar até 50 pessoas, com detalhes construtivos que contribuíam para a proteção das madeiras aplicadas na obra. Os colonos haviam trazido ferramentas, pregos e ferragens, o que facilitou na fase de execução dos projetos.

Mesmo com as dificuldades no que diz respeito aos sistemas construtivos, há registros que mencionam uma rápida evolução para a produção e utilização de painéis. O conceito raiz parece não ter sofrido significativas alterações, parecendo que soluções básicas relativas ao sistema construtivo do tipo wood-frame já habitava as mentes dos antigos construtores há 421 anos antes da elaboração da NBR 16.936 – Edificações em Light Wood Frame.

O povo Wampanoag tinha conhecimento sobre as fontes provedoras de madeira, sendo seletivo na colheita de apenas o que era adequado à cada finalidade de uso, nada mais do que hoje denominamos como sustentabilidade, há 411 anos antes da elaboração da NBR 16.143- Preservação de Madeiras – Sistema de Categorias de Uso.

E assim, vamos renomeando as técnicas, os materiais, os procedimentos, os conceitos, lembrando que, depois das fases do aço e do concreto, a madeira volta a ganhar protagonismo como material amigo do ambiente, destacando que o mundo parece ter dado muitas voltas para esse reconhecimento, é o Renascentismo da construção.

Autoria: Flavio C. Geraldo – ABPM – PR
Imagens: Internet



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