- 10 de dezembro de 2025
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- Category: SHORT NOTES

O Brasil produz hoje um volume estimado de 6,0 milhões de m³de madeira tratada industrialmente a cada ano. Desse volume, 65% são representados por peças de eucalipto roliço que são utilizadas como mourões para cercas. Em um cálculo bastante aproximado, isso representa quase um mourão tratado por habitante/ano.
Enquanto no Brasil os esforços estratégicos de segmento de mercado para produtos de madeira tratada são baseados essencialmente em produto de baixa tecnologia e baixo valor agregado, nos EUA, são produzidos 45 milhões de m³ por ano, dos quais 75% são destinados ao setor da construção. Tudo uma questão de entender as necessidades e desejos de um determinado público-alvo.
Vários fatores podem explicar essa diferença de foco de mercado, destacando que o fator cultural pode ser o principal deles. Desde o início do processo de colonização, os colonizadores vindos da Península Ibérica, espanhóis e portugueses, enxergavam as florestas como fontes de extrativismo, abastecedoras de madeira para reforma de suas embarcações, queima ou retirada de extrativos. Já, os colonizadores de países de origem Saxônica enxergavam a floresta como fonte de matéria prima de material construtivo para seus novos lares. A partir daí, todos os desenvolvimentos em tecnologia de madeiras ocorreram mais intensamente, incluindo dentro das instituições de ensino.
Uma imagem ilustrativa que traduz com clareza esse cenário, muito comum nos velhos filmes de faroeste, é a de quando bandidos assaltavam bancos em território dos EUA, em geral no sul do Estado do Texas, atravessavam no galope o Rio Grande em direção ao México, onde os xerifes gringos não tinham mais autoridade para prendê-los. As construções dos vilarejos de cada país eram contrastantes, no território dos EUA predominavam construções em madeira já, no território Mexicano, clara predominância de construções em alvenaria, com suas paredes de tijolos caiados. Tudo isso, fruto das tradições trazidas por distintas culturas colonizadoras.
Autoria: Flavio C. Geraldo – ABPM – PR
Imagens: Internet




