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QUALIDADE GARANTIDA – Boletim Informativo ABPM 703

Nº 703 - MAIO DE 2020

QUALIDADE GARANTIDA

Como ter a garantia que a madeira usada no produto que foi comprado é de área de reflorestamento e passou pelo tratamento adequado? A dúvida, que ainda é comum entre consumidores e investidores, pode ser sanada com uma certificação de qualidade. No caso da madeira tratada, o Selo Qualitrat, criado há quase 10 anos pela ABPM (Associação Brasileira Preservadores Madeira), é uma referência nacional na setor.

Em um país com uma estimativa de comercialização de 2,4 milhões de metros cúbicos de madeira tratada ao ano, provenientes de área de reflorestamento, ter um certificado que ateste a procedência e os processos de tratamento, a cada dia, se torna um diferencial no mercado brasileiro. “Sem dúvida o selo ajuda a estabelecer uma grande credibilidade da qualidade dos nossos produtos e dos nossos processos produtivos entre os clientes”, destaca Marcelo Matsumura Kohl, diretor da Campo Alegre Produtos de Madeira. Segundo ele, a empresa aderiu ao selo em 2017 com o objetivo de atender os clientes com eficácia e respaldo. “Considero o selo Qualitrat uma comprovação das boas práticas de produção da nossa empresa. É a busca incansável da excelência em todos os processos de produção da nossa madeira tratada”, ressalta.

Integrante de um programa de auto-regulamentação da ABPM, que como objetivo de melhorar as práticas dos setores em que a madeira tratada está consolidada, o selo possui duas categorias: Qualitrat Adesão e Qualitrat Pleno. Após avaliação de rigorosos critérios, a certificação é concedida a empresas que seguem padrões de origem, qualidade e legalidade em seus escritórios e/ou usinas de tratamento de madeira, dependendo da categoria. “Participar traz muitos benefícios internos. Sempre tivemos preocupados com a qualidade da produção, com a melhoria constante dos processos, mas como tem parâmetros exigidos pelo selo, observamos novos pontos que precisávamos ajustar”, revela César Correa Alves, diretor comercial da Madtrat Madeiras.

A empresa, que possui o selo Qualitrat Adesão há dois anos, já iniciou a preparação em busca do Qualitrat Pleno. “No setor privado, ainda está amadurecendo esta questão, mas no setor público já tem setores técnicos que analisam os produtos e compreende a importância de uma certificação. Neste sentido, o selo já nos trouxe benefícios, ao ponto de compradores reverem os seus critérios de compra e analisarem o selo Qualitrat como algo a ser contemplado antes de fechar o negócio”, conta César Alves. Primeira empresa a conquistar o selo após o lançamento pela ABPM, a CBI Madeira conseguiu conquistar o Qualitrat Pleno, que passa por um processo de fiscalização in loco da usina de tratamento. Para o diretor da empresa, Paulo Maciel, participar do processo estimula na equipe a autofiscalização e empenho em melhorias internas. “Além disso, gera mais confiabilidade e seriedade aos clientes, principalmente quando são empresas grandes e estatais, acaba sendo um plus, um diferencial diante dos concorrentes”, opina. Para Maíra Venturoli, sócia gerente da CM Venturoli, participar do processo em busca do Qualitrat Adesão agregou para empresa na organização documental, acompanhamento e registro dos processos internos. “Conquistamos há dois anos e acabamos de renovar. Infelizmente a maioria dos clientes não conhecem muito bem, mesmo assim concluímos que é interessante ter o selo, é muito positivo”, afirma.

Para adquirir o selo Qualitrat da ABPM, a empresa passa por uma auditoria realizada pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). Na categoria Qualitrat Adesão, voltada à empresas interessadas em se familiarizar com o programa, os critérios são documentais e a renovação só pode ocorrer uma vez. Já na categoria Qualitrat Pleno, são necessárias verificações documentais e de campo nas instalações da usina. Independentemente da categoria, é necessário atender a 100% dos indicadores obrigatórios (38 no Pleno e 21 no Adesão) e 60% dos desejáveis (35 no Pleno e 3 no Adesão) para conquistar o Qualitrat. A instituição informa que terá em breve excelentes novidades a respeito da Qualitrat e disponibiliza um e-mail para dúvidas: [email protected], além de informações no site www.abpm.com.br.

USO MADEIRA TRATADA: QUESTÃO CULTURAL E FALTA DE INTERESSE POLÍTICO

Por uma questão simplesmente cultural, o Brasil resiste em utilizar a madeira como base para a área de construção civil. Só para se ter uma ideia, em 2010, no Japão, foi criada uma lei, que obrigava que todo prédio público até três andares fosse construído em madeira. E assim se estabeleceu, comandado pelos órgãos públicos, a obrigatoriedade do uso de madeira, que hoje passou a ser muito mais utilizado na terra do sol nascente. Já nos EUA (Estados Unidos da América), a cultura da madeira sempre existiu, desde a sua criação. Por lá, a madeira sempre foi utilizada como material base para suas construções. Para o engenheiro Murilo Negreli, formado em Engenharia Industrial Madeireira, pela Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), o uso da madeira na construção civil precisa evoluir muito no Brasil. “Apesar do Brasil possuir uma grande oferta, ainda estamos criando uma cultura de construir em madeira. Crescemos ouvindo a história dos “Três Porquinhos” (em que mostra a casa de madeira de forma frágil, pejorativa, frente à casa construída em tijolo), diferentemente dos países da América do Norte e da Europa”, compara o especialista.

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UTILIZAÇÃO DA MADEIRA ROLIÇA

Um dos sites mais importantes ou de maior acesso a obras, arquitetura e construção do mundo, publicou um artigo sobre o uso da madeira roliça na construção civil bastante conciso e esclarecedor, que vale destaque no nosso informativo ABPM do mês. Só para se ter uma ideia, o site ArchDaily tem publicações em 4 idiomas (inglês, espanhol, português e chinês), alçando ao mês mais de 13,6 milhões de usuários pelo mundo.

Com aproximadamente 40 obras publicadas diariamente, nenhuma outra rede de arquitetura consegue alcançar tantos profissionais no planeta. Vale a pena conferir a publicação na íntegra pelo link.

INSPIRAÇÕES EM MADEIRA NA DECORAÇÃO

Cada vez mais a madeira tratada vem ganhando espaço na área da decoração. Em meio ao assunto sobre madeira tratada se destaca o pinus, que diferente de outras madeiras não tratadas, vem de reflorestamento e tem na aplicabilidade uma de suas principais vantagens. Além é claro, do melhor custo beneficio, fácil trabalhabilidade e ser resistente a pragas como cupins, brocas, fungos e demais insetos, que se utilizam da madeira como fonte de consumo ou sobrevivência. No link abaixo, alguns exemplos de como se utilizar da madeira na decoração e mesmo revestimento.

PECUÁRIA CRESCE EM MEIO À CRISE MUNDIAL

O setor de pecuária está em alta e deve impulsionar o mercado de mourões de eucaliptos tratados ainda neste ano de 2020. A estimativa é um crescimento da pecuária de 6,7% em relação ao ano passado. Ótima notícia para o setor de madeira tratada, no caso de mourões, principalmente, que deve acompanhar o aumento da demanda do segmento, mesmo em meio à crise mundial do Covid-19.
Segundo dados do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), referentes ao mês de março, os números fortalecem a estimativa do setor em relação a 2019. “Os preços de carne bovina e suína estão 13,2% e 12,5%, respectivamente, acima dos observados no ano passado. O valor da produção da carne bovina e suína é o mais elevado nos últimos 15 anos”, aponta o relatório do Mapa. Por consequência, quem comemora também é o setor de mourões tratados, uma vez que devido à necessidade do segmento em ampliar, ou mesmo, de melhorar a estrutura e manutenção das áreas de cercamento, são iminentes. O valor bruto de produção agropecuária (VPB) brasileiro em 2020 deve atingir R$ 689,97 bilhões. Nesse cenário, só a pecuária deve alcançar R$ 236,6 bilhões, aumento de 6,7% em relação ao valor de 2019, com destaque para o setor de bovinos e suínos. Segundo especialistas, o mercado internacional, principalmente o alto preço do dólar, relacionado ao bom desempenho da pecuária, além da demanda do mercado interno, são os elementos que contribuem para o crescimento em 2020.

Na mesma toada, a ABPM acredita que o segmento de mourões tratados também vai pegar o vácuo de crescimento do setor pecuário para atender a demanda, além das expectativas para 2021 serem ainda mais animadoras.

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Jornalista responsável e redação: Juliane Ferreira – MtB 04881/PR
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